terça-feira, 23 de abril de 2013

Mensagem da diretora-geral da UNESCO por ocasião do Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais, 23 de abril de 2013

"Este dia propicia uma oportunidade para refletirmos juntos sobre maneiras de melhor disseminar a cultura da palavra escrita e de permitir que todos os indivíduos, homens, mulheres e crianças, tenham acesso a ela, por meio de programas de alfabetização e de apoio a carreiras em publicações, livrarias, bibliotecas e escolas. Os livros são nossos aliados na disseminação da educação, da ciência, da cultura e da informação pelo mundo."
 

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Somos todos leitores?

Penso que somos animais leitores. Vimos ao mundo com uma certa consciência de nós próprios e do que nos rodeia e temos a impressão de que tudo nos conta histórias: a paisagem, o rosto dos outros, o céu, em tudo encontramos linguagem. Tentamos desentranhá-la, tentamos lê-la. Nesse sentido, não podemos existir enquanto seres humanos sem a leitura. Inventámos a linguagem escrita, a linguagem oral, para tentarmos comunicar essa experiência do mundo, para nos contarmos histórias e através delas, falar dessa experiência.

Alberto Manguel em entrevista ao Público, acesso disponível em http://www.publico.pt/cultura/noticia/alberto-manguel-estamos-a-destruir-o-valor-do-acto-intelectual-1445234

Celebrar o dia internacional do livro e dos direitos do autor com António Ramos Rosa

A Leitora
 
A leitora abre o espaço num sopro subtil.
Lê na violência e no espanto da brancura.
Principia apaixonada, de surpresa em surpresa.
Ilumina e inunda e dissemina de arco em arco.
Ela fala com as pedras do livro, com as sílabas da sombra.

Ela adere à matéria porosa, à madeira do vento.
Desce pelos bosques como uma menina descalça.
Aproxima-se das praias onde o corpo se eleva
em chama de água. Na imaculada superfície
ou na espessura latejante, despe-se das formas,

branca no ar. É um torvelinho harmonioso,
um pássaro suspenso. A terra ergue-se inteira
na sede obscura de palavras verticais.
A água move-se até ao seu princípio puro.
O poema é um arbusto que não cessa de tremer.

António Ramos Rosa, in "Volante Verde"